A propriocepção da criança cega se desenvolve pelo toque do outro e pelo estímulo ao uso do próprio tato, levando à formação da “imagem mental” (consciência corporal) de si, das outras pessoas, do ambiente e dos objetos. A maioria das crianças cegas apresenta movimentos corporais repetitivos, chamados de “ceguismo” (em alusão à semelhança com os movimentos típicos do autismo). Isso não significa retardo ou algo semelhante, mas é uma forma peculiar de manifestarem sua agitação, tensão ou emoção. É também uma forma de brincar com o próprio corpo e desenvolver o equilíbrio, ativando as funções do labirinto.
O incentivo à motricidade é muito importante para que, a partir da integração dos outros sentidos e dos movimentos, ocorra a melhoria das habilidades e competências que levem o cego a “enxergar através do corpo”.
Outro ponto a ser considerado, quanto aos registros psicomotores é que as sensações de mover-se e de ser movido são experiências muito distintas. Para a criança cega, o início de sua movimentação e do seu deslocamento no espaço podem acarretar medo e insegurança. Objetos como uma calça jeans com enchimento macio, preparada para servir de apoio e dar continência à criança, podem favorecer sua organização motora inicial, dando o suporte para que ela comece a rolar, sentar e engatinhar com segurança, adquirindo independência pouco a pouco até andar de forma independente.
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