domingo, 13 de dezembro de 2009

O Desenvolvimento da Criança Cega


Consideradas do ponto de vista das necessidades afetivas, físicas, intelectuais, sociais e culturais, as crianças com deficiência visual não diferem das demais crianças. Entretanto, em decorrência da sua deficiência sensorial, apresentam necessidades específicas, caminhos e formas peculiares de apreender e assimilar o real. Precisam desde cedo da convivência em um ambiente organizador das suas experiências sociais e sensoriais no qual suas aprendizagens ocorram em contextos significativos.
O bebê cego precisa (mais do que outras crianças) de muito toque, aconchego, modulações de voz, encorajamento a mover-se, tocar e procurar objetos e pessoas, além de estímulo intenso à exploração do ambiente ao seu redor. A busca pelo movimento deve ser incentivada com estímulos multissensoriais sendo facilitado muitas vezes com brincadeiras utilizando o próprio corpo. Por conta da perda da visão, percebe-se que a maior parte das crianças demora a ficar de pé e a andar, não só pela falta da motivação visual que não está ocorrendo, como também pela falta que a visão faz para o desenvolvimento da coordenação motora. Este desenvolvimento fica comprometido principalmente em relação ao senso de organização corporal e experimentação do corpo no espaço, devido à pouca atividade motora, proprioceptiva e vestibular.
Para desenvolver a capacidade de simbolizar o ambiente em que vive a criança cega, especialmente no seu primeiro ano de vida, necessita de rituais, de continuidade, de repetição e de rotina. A vivência contínua das atividades e ações no espaço e tempo a levarão, pouco a pouco, a antecipar acontecimentos e a organizar-se internamente adquirindo as noções de ordem, espaço e tempo.

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